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OPINIÃO: No aniversário de Ancelotti, o presente é a vaga na Copa 272b40

No dia em que completou 66 anos, Carlo Ancelotti recebeu de presente um mosaico de felicitações na Neo Química Arena. O novo técnico da seleção brasileira tem sorrido para tudo e todos neste início de trabalho; a estrutura da CBF, o ambiente no vestiário, o estádio do Corinthians... nada parece fora do lugar na missão de classificar o Brasil para a próxima Copa do Mundo e, claro, vencê-la. É natural que o clima de lua de mel seja a configuração padrão do momento, mas o vivido treinador italiano sabe que tudo dependerá do que acontecer no gramado.

A propósito: a casa corintiana oferece um dos melhores campos de jogo do país, vários degraus acima do que Ancelotti viu, e criticou, na semana ada, em Guayaquil. A superfície bem cuidada contribuiu para que a seleção começasse o jogo contra o Paraguai ocupando o campo de ataque e tentando desmontar a parede que o adversário ergueu diante de sua área. Era a dinâmica esperada para um encontro cujo placar inicial agradava os visitantes, dispostos, desde o começo, a ganhar segundos a cada vez que o jogo parava.

A missão do Brasil era encontrar o gol que sempre cancela esse tipo de proposta defensiva, dificuldade extra para uma equipe que começa a se formar e investiu, a partir da escalação, na livre movimentação de Raphinha, Vinicius Júnior, Matheus Cunha e Gabriel Martinelli. No minuto 35, Cunha não soube aproveitar um bom lance de Martinelli, cabeceando na segunda trave, para trás, quando o goleiro Gatito Fernández não aparecia na imagem da câmera que fica dentro do gol. Diante de uma ocasião cristalina, o novo contratado do Manchester United aparentemente optou por um e.

A mesma generosidade o redimiu pouco mais tarde, quando Cunha lutou por uma bola que escapou ao controle de Raphinha e, na linha de fundo, rolou para Vinicius marcar o gol que deu ao primeiro tempo um placar merecido. Na ausência de um jogo brilhante, a seleção produziu um futebol intenso e comprometido com a relevância da ocasião. E uma vez em vantagem, poderia esperar um segundo tempo com um pouco mais de espaço para trabalhar no ataque. O Paraguai jamais atacaria o Brasil com o peito estufado, mas se atreveu a marcar perto da área de Alisson e fez Ángel Romero, vice-artilheiro do estádio, entrar em campo no minuto 61.

Na metade do segundo tempo, tensão. Com os paraguaios mais ambiciosos e presentes no ataque, a impressão era de que o jogo estava a uma desatenção defensiva – de qualquer parte – de uma mudança radical. A área brasileira lidava com a pressão, mas, enfim, estavam estabelecidas as condições para o contra-ataque. Ancelotti mexeu para dar mais robustez (Beraldo no lugar de Alex Sandro, Gerson no de Matheus Cunha) a um time que não necessariamente sofria, mas que precisava concluir o jogo com firmeza, enquanto procurava o segundo gol.

Vanderson deu lugar a Danilo já no final, quando o Brasil precisou escolher entre seguir pressionando e controlar com posse. Gatito negou a Bruno Guimarães o que seria um gol significativo por sua melhor atuação pela seleção. A noite de aniversário de Ancelotti teve um presente duplo: a primeira vitória e a vaga no Mundial assegurada. É o suficiente para que ele continue sorrindo.

Próximos jogos do Brasil: 2f26j